quarta-feira, 5 de setembro de 2012


Se debaixo das asas maternas é tão mais seguro
E o alimento previamente triturado tão mais saboroso
Por que é que um dia eu me arriscaria a voar

Não que eu não fantasie com a idéia de lançar-me do ninho
Permitindo que o vento finalmente acaricie minhas penas
Tendo cada dia uma nuvem diferente como amante
Que chore lágrimas doces ao me ver partir

Mas fora daqui tudo é tão diferente e confuso
E se o céu decidir que não sou digno de seus domínios e arremessar-me
Nas formas abstratas do concreto abaixo
Se eu nunca mais encontrasse o caminho de volta para meu lar
Não suportaria viver sem o canto de meu pai para me confortar

Outro dia talvez eu experimente,  hoje não
Logo meus genitores devem retornar com minha refeição
Já vejo ao longe um vulto aproximar-se em minha direção
Não, não são eles, é um gavi....

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